segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Legitimidade do culto as imagens

Diferença entre Imagem e Ídolo

Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta" (Hc 2, 19)

A Bíblia reza no livro de Josué: "Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel" (Jos 7, 6).

Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel?

Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma "serpente" de metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que "olhar" é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua de metal?

Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus nas palavras de S. João, que diz que tal "serpente" era o símbolo do Cristo crucificado: "Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem" (Jo 3, 14).

Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.

A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.

Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus.

E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é a estátua, uma espécie de amuleto mágico...

Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira da estátua (como uma divindade). Logo, não há idolatria possível, visto que esta consiste em adorar um falso deus.
Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia...

Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens

O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imanges de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29).

Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!

Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.

Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria.

Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o "Bezerro de Ouro" como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.

Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam "semelhantes" a Deus, como afirmou S. Paulo: "já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim".

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.

As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus.

O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.

O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).

O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens contra os iconoclastas, com um vigor admirável.

Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolos.

Legitimidade do culto as imagens

Diferença entre Imagem e Ídolo

Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta" (Hc 2, 19)

A Bíblia reza no livro de Josué: "Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel" (Jos 7, 6).

Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel?

Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma "serpente" de metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que "olhar" é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua de metal?

Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus nas palavras de S. João, que diz que tal "serpente" era o símbolo do Cristo crucificado: "Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem" (Jo 3, 14).

Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.

A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.

Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus.

E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é a estátua, uma espécie de amuleto mágico...

Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira da estátua (como uma divindade). Logo, não há idolatria possível, visto que esta consiste em adorar um falso deus.
Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia...

Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens

O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imanges de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29).

Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!

Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.

Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria.

Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o "Bezerro de Ouro" como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.

Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam "semelhantes" a Deus, como afirmou S. Paulo: "já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim".

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.

As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus.

O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.

O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).

O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens contra os iconoclastas, com um vigor admirável.

Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Festa do Nascimento da Mãe de Deus

Sermão do Nascimento da Mãe de DeusPadre António Vieira"Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria?Vede o para que nasceu.Nasceu para que dEla nascesse Deus. (...)
Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde;
perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios;
perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo;
perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação;
perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres;
perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança.
Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz;os discordes, para Senhora da Paz;
os desencaminhados, para Senhora da Guia;
os cativos, para Senhora do Livramento;
os cercados, para Senhora da Vitória.Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho;
os navegantes, para Senhora da Boa Viagem;
os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso;
os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte;
os pecadores todos, para Senhora da Graça;
e todos os seus devotos, para Senhora da Glória.
E se todas estas vozes se unirem em uma só voz,dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus."

Festa do Nascimento da Mãe de Deus

Sermão do Nascimento da Mãe de DeusPadre António Vieira"Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria?Vede o para que nasceu.Nasceu para que dEla nascesse Deus. (...)
Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde;
perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios;
perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo;
perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação;
perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres;
perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança.
Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz;os discordes, para Senhora da Paz;
os desencaminhados, para Senhora da Guia;
os cativos, para Senhora do Livramento;
os cercados, para Senhora da Vitória.Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho;
os navegantes, para Senhora da Boa Viagem;
os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso;
os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte;
os pecadores todos, para Senhora da Graça;
e todos os seus devotos, para Senhora da Glória.
E se todas estas vozes se unirem em uma só voz,dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus."

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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Palavra do Sacerdote - Matrimonio

Pergunta — Sou de família católica, e minha intenção sempre foi casar-me na Igreja. Mas todas as minhas amigas já estão separadas, em geral depois do primeiro filho. No civil, o casamento pode ser desfeito pelo divórcio, de maneira cada vez mais fácil. Mas na Igreja, só com um processo de anulação(*) complicado, caro e, segundo me dizem, desagradável. Como pode a Igreja não flexibilizar suas posições diante da situação concreta do mundo atual? Eu quero estar bem com Deus e com a Igreja, mas não acho justo correr o risco de ser abandonada depois do primeiro filho e não poder casar-me de novo. Então parece melhor juntar-me durante algum tempo e só casar depois que der certo. Se der…
Resposta — A descrição que a missivista faz do mundo moderno corresponde, em grande parte, à realidade. E nos lugares onde não se está inteiramente assim, caminha-se a passos rápidos para lá. A perplexidade dessa jovem é até mesmo compreensível, embora não se possa absolutamente aprovar a solução que propõe.
De qualquer modo, sua manifestação de querer “estar bem com Deus e com a Igreja” indica uma boa disposição de fundo de alma, pelo que merece ser especialmente ajudada. É o que procuraremos fazer.
Uma civilização que se afastou de Deus
O mundo moderno tornou-se um organismo doente, precisamente porque se afastou de Deus e da Santa Igreja. A questão é saber se tem cura, se tal cura se daria pelos processos normais.
A resposta é bem definida: cura tem que haver, porque do contrário seria preciso admitir que as portas do inferno prevaleceram definitivamente sobre a Igreja, o que se opõe à promessa formal de Nosso Senhor, quando constituiu São Pedro chefe da Igreja: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).
Durante um período mais ou menos longo, as forças do mal podem sobrepujar as forças do bem, conforme se vê hoje em dia. Mas o que não pode acontecer é que essa vitória seja definitiva. O Divino Espírito Santo está continuamente atuando nos corações dos homens a fim de reconduzi-los para as vias do bem.
Entretanto, se essas graças habituais não encontrarem correspondência por parte da humanidade, Deus poderá usar processos extraordinários. Como ocorre com o organismo humano: quando os remédios normais não funcionam, é preciso recorrer a uma cirurgia, ou a outros métodos mais ou menos “invasivos” (segundo a terminologia médica, sóbria mas muito expressiva).
É muito de recear que este seja o caso, porque a humanidade atingiu grau tão intenso de obstinação no mal, que sem uma forte sacudida da Providência não tem mais conserto… Essa sacudida seria um castigo de proporções mundiais, do qual falam diversas revelações privadas, com a de Fátima à frente e acima de todas.
Mas nossa jovem consulente não pode esperar até que Deus intervenha. Ela tem que conduzir sua vida para a frente, tanto mais que ninguém sabe quanto tempo transcorrerá até que se dê essa intervenção extraordinária. O que fazer até lá?
As virgens prudentes e as virgens fátuas

Nos Evangelhos destaca-se a parábola das dez virgens convidadas para uma festa nupcial. Dela se serviu Nosso Senhor para nos indicar que devemos estar constantemente preparados para a sua vinda, porque não sabemos o dia nem a hora:
“Então o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. Mas cinco delas eram fátuas [isto é, tolas, sem tino, imprevidentes], e cinco prudentes. Ora, as cinco fátuas, tomando as lâmpadas, não levaram óleo consigo; as prudentes, porém, juntamente com as lâmpadas, levaram óleo em seus vasos. E, tardando o esposo, começaram todas a ter sono e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis que vem o esposo, saí ao seu encontro. Então levantaram-se todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as fátuas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Responderam as prudentes, dizendo: Para que não aconteça de faltar óleo a nós e a vós, ide antes aos vendedores e comprai-o para vós. Mas, enquanto elas foram comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para celebrar as bodas, e foi fechada a porta. Mais tarde chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos! Mas ele, respondendo, disse: Na verdade vos digo que não vos conheço. — Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25, 1-13).
Segundo os intérpretes da Sagrada Escritura, estar com a lâmpada acesa significa estar na graça de Deus no momento em que formos chamados para comparecer diante d’Ele. E os vasos de óleo de reserva, bem como o largo período de espera, indicam que ao longo da vida devemos nos preparar para esse dia, sobretudo com oração contínua e generosa penitência.
O que é estar na graça de Deus
Estar na graça de Deus supõe andar na linha de seus Dez Mandamentos. No caso concreto que estamos analisando, está particularmente em foco o sexto Mandamento da Lei de Deus, o qual só permite a coabitação do homem e da mulher legitimamente unidos pelo sacramento do Matrimônio. Sendo um dos mandamentos do Decálogo, à Igreja cumpre zelar pela sua observância, e não derrogá-lo ou sequer “flexibilizá-lo”, quaisquer que sejam as vicissitudes dos tempos. Nem o Papa pode fazê-lo.
Por isso, a solução aventada pela jovem consulente — de coabitação a título experimental — não pode ser aceita, por ser gravemente pecaminosa.
Que fazer, então, para evitar o risco de um casamento frustrado pelo desentendimento do casal?
Conspiração do mundo moderno contra a moral
A parábola das dez virgens ressalta a importância da preparação ao longo da vida para o momento supremo da chegada de Jesus Cristo. Este princípio se aplica também à preparação para o casamento, para que ele seja do agrado de Deus e por Ele abençoado.
É preciso reconhecer que os jovens de nossos dias são induzidos por grande número de instituições do mundo moderno num sentido contrário aos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Nesta matéria, é particularmente espantoso o que se propõe aos jovens nas novelas da TV. Não há comportamento imoral que não seja exaltado, não há comportamento virtuoso que não seja ridicularizado. Daí, por exemplo, o aumento vertiginoso de gravidezes de meninas de quinze anos, e até de onze anos!
E não só os meios de comunicação social estão empenhados em promover essa depravação. Até nas escolas a chamada educação sexual é orientada nesse sentido, a ponto de promover-se a distribuição gratuita de preservativos por organismos oficiais.
Nestas condições, como esperar que os casamentos dêem certo?
Os jovens que queiram ser fiéis aos princípios da Religião católica têm que ter a coragem heróica de enfrentar, e até mesmo romper com esse ambiente hostil. Mais do que tudo com a roda de amigos, em que “fica feio” não ser como os outros. Repudiar qualquer pusilanimidade e covardia.
Não é nas baladas que se encontra marido fiel
Sejamos bem concretos. Se o jovem ou a jovem se deixam arrastar pelo grupo de amigos — pela “galera”, como dizem — e vai a excursões, “baladas”, etc., não é aí que encontrará o marido ou a esposa que lhe seja fiel. O mais provável é exatamente que o casamento não dure um ano, quiçá nem mesmo o tempo para nascer o primeiro filho!
Diante desta situação, não cabe pleitear que a Igreja “flexibilize” suas leis para aceitar a coabitação pré-matrimonial, o divórcio, o recasamento, etc. Mesmo porque o final do caminho dessa “flexibilização” seria a aceitação do amor livre, há muito tempo preconizado pelas escolas freudianas, marxistas e anarquistas, todas elas atéias. A Santa Igreja não vacilou diante da perda de toda a Inglaterra, ao contrariar essas mesmas pretensões de Henrique VIII. Surgiu um São Tomás Morus.
A jovem missivista não se iluda: a felicidade não se encontra em dar vazão a todos os reclamos dos sentidos, mas na ascese, isto é, no refreamento dos instintos desordenados que deixou em nossa alma o pecado original, herdado de Adão e Eva, que desobedeceram a Deus nos primórdios do gênero humano.
Assim fazendo, e recorrendo a Deus em suas orações — por meio de Nossa Senhora, nossa Mãe amorosíssima, como recomenda a Igreja —, pode estar certa de que seus pedidos serão ouvidos e encontrará um esposo que lhe seja fiel por toda a vida.
E se quiser dar um sentido ainda mais elevado à sua vida, una-se à ação de outros jovens que resistem à avalanche pagã e infernal do mundo moderno, para reconduzi-lo às vias benditas da Civilização Cristã, onde os princípios de Nosso Senhor Jesus Cristo não precisam ser “flexibilizados”; antes, pelo contrário, aí eles são seguidos com todo o rigor e com todo o amor.
Revista Catolicismo - Setembro/2008

Palavra do Sacerdote - Matrimonio

Pergunta — Sou de família católica, e minha intenção sempre foi casar-me na Igreja. Mas todas as minhas amigas já estão separadas, em geral depois do primeiro filho. No civil, o casamento pode ser desfeito pelo divórcio, de maneira cada vez mais fácil. Mas na Igreja, só com um processo de anulação(*) complicado, caro e, segundo me dizem, desagradável. Como pode a Igreja não flexibilizar suas posições diante da situação concreta do mundo atual? Eu quero estar bem com Deus e com a Igreja, mas não acho justo correr o risco de ser abandonada depois do primeiro filho e não poder casar-me de novo. Então parece melhor juntar-me durante algum tempo e só casar depois que der certo. Se der…
Resposta — A descrição que a missivista faz do mundo moderno corresponde, em grande parte, à realidade. E nos lugares onde não se está inteiramente assim, caminha-se a passos rápidos para lá. A perplexidade dessa jovem é até mesmo compreensível, embora não se possa absolutamente aprovar a solução que propõe.
De qualquer modo, sua manifestação de querer “estar bem com Deus e com a Igreja” indica uma boa disposição de fundo de alma, pelo que merece ser especialmente ajudada. É o que procuraremos fazer.
Uma civilização que se afastou de Deus
O mundo moderno tornou-se um organismo doente, precisamente porque se afastou de Deus e da Santa Igreja. A questão é saber se tem cura, se tal cura se daria pelos processos normais.
A resposta é bem definida: cura tem que haver, porque do contrário seria preciso admitir que as portas do inferno prevaleceram definitivamente sobre a Igreja, o que se opõe à promessa formal de Nosso Senhor, quando constituiu São Pedro chefe da Igreja: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).
Durante um período mais ou menos longo, as forças do mal podem sobrepujar as forças do bem, conforme se vê hoje em dia. Mas o que não pode acontecer é que essa vitória seja definitiva. O Divino Espírito Santo está continuamente atuando nos corações dos homens a fim de reconduzi-los para as vias do bem.
Entretanto, se essas graças habituais não encontrarem correspondência por parte da humanidade, Deus poderá usar processos extraordinários. Como ocorre com o organismo humano: quando os remédios normais não funcionam, é preciso recorrer a uma cirurgia, ou a outros métodos mais ou menos “invasivos” (segundo a terminologia médica, sóbria mas muito expressiva).
É muito de recear que este seja o caso, porque a humanidade atingiu grau tão intenso de obstinação no mal, que sem uma forte sacudida da Providência não tem mais conserto… Essa sacudida seria um castigo de proporções mundiais, do qual falam diversas revelações privadas, com a de Fátima à frente e acima de todas.
Mas nossa jovem consulente não pode esperar até que Deus intervenha. Ela tem que conduzir sua vida para a frente, tanto mais que ninguém sabe quanto tempo transcorrerá até que se dê essa intervenção extraordinária. O que fazer até lá?
As virgens prudentes e as virgens fátuas

Nos Evangelhos destaca-se a parábola das dez virgens convidadas para uma festa nupcial. Dela se serviu Nosso Senhor para nos indicar que devemos estar constantemente preparados para a sua vinda, porque não sabemos o dia nem a hora:
“Então o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. Mas cinco delas eram fátuas [isto é, tolas, sem tino, imprevidentes], e cinco prudentes. Ora, as cinco fátuas, tomando as lâmpadas, não levaram óleo consigo; as prudentes, porém, juntamente com as lâmpadas, levaram óleo em seus vasos. E, tardando o esposo, começaram todas a ter sono e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis que vem o esposo, saí ao seu encontro. Então levantaram-se todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as fátuas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Responderam as prudentes, dizendo: Para que não aconteça de faltar óleo a nós e a vós, ide antes aos vendedores e comprai-o para vós. Mas, enquanto elas foram comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para celebrar as bodas, e foi fechada a porta. Mais tarde chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos! Mas ele, respondendo, disse: Na verdade vos digo que não vos conheço. — Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25, 1-13).
Segundo os intérpretes da Sagrada Escritura, estar com a lâmpada acesa significa estar na graça de Deus no momento em que formos chamados para comparecer diante d’Ele. E os vasos de óleo de reserva, bem como o largo período de espera, indicam que ao longo da vida devemos nos preparar para esse dia, sobretudo com oração contínua e generosa penitência.
O que é estar na graça de Deus
Estar na graça de Deus supõe andar na linha de seus Dez Mandamentos. No caso concreto que estamos analisando, está particularmente em foco o sexto Mandamento da Lei de Deus, o qual só permite a coabitação do homem e da mulher legitimamente unidos pelo sacramento do Matrimônio. Sendo um dos mandamentos do Decálogo, à Igreja cumpre zelar pela sua observância, e não derrogá-lo ou sequer “flexibilizá-lo”, quaisquer que sejam as vicissitudes dos tempos. Nem o Papa pode fazê-lo.
Por isso, a solução aventada pela jovem consulente — de coabitação a título experimental — não pode ser aceita, por ser gravemente pecaminosa.
Que fazer, então, para evitar o risco de um casamento frustrado pelo desentendimento do casal?
Conspiração do mundo moderno contra a moral
A parábola das dez virgens ressalta a importância da preparação ao longo da vida para o momento supremo da chegada de Jesus Cristo. Este princípio se aplica também à preparação para o casamento, para que ele seja do agrado de Deus e por Ele abençoado.
É preciso reconhecer que os jovens de nossos dias são induzidos por grande número de instituições do mundo moderno num sentido contrário aos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Nesta matéria, é particularmente espantoso o que se propõe aos jovens nas novelas da TV. Não há comportamento imoral que não seja exaltado, não há comportamento virtuoso que não seja ridicularizado. Daí, por exemplo, o aumento vertiginoso de gravidezes de meninas de quinze anos, e até de onze anos!
E não só os meios de comunicação social estão empenhados em promover essa depravação. Até nas escolas a chamada educação sexual é orientada nesse sentido, a ponto de promover-se a distribuição gratuita de preservativos por organismos oficiais.
Nestas condições, como esperar que os casamentos dêem certo?
Os jovens que queiram ser fiéis aos princípios da Religião católica têm que ter a coragem heróica de enfrentar, e até mesmo romper com esse ambiente hostil. Mais do que tudo com a roda de amigos, em que “fica feio” não ser como os outros. Repudiar qualquer pusilanimidade e covardia.
Não é nas baladas que se encontra marido fiel
Sejamos bem concretos. Se o jovem ou a jovem se deixam arrastar pelo grupo de amigos — pela “galera”, como dizem — e vai a excursões, “baladas”, etc., não é aí que encontrará o marido ou a esposa que lhe seja fiel. O mais provável é exatamente que o casamento não dure um ano, quiçá nem mesmo o tempo para nascer o primeiro filho!
Diante desta situação, não cabe pleitear que a Igreja “flexibilize” suas leis para aceitar a coabitação pré-matrimonial, o divórcio, o recasamento, etc. Mesmo porque o final do caminho dessa “flexibilização” seria a aceitação do amor livre, há muito tempo preconizado pelas escolas freudianas, marxistas e anarquistas, todas elas atéias. A Santa Igreja não vacilou diante da perda de toda a Inglaterra, ao contrariar essas mesmas pretensões de Henrique VIII. Surgiu um São Tomás Morus.
A jovem missivista não se iluda: a felicidade não se encontra em dar vazão a todos os reclamos dos sentidos, mas na ascese, isto é, no refreamento dos instintos desordenados que deixou em nossa alma o pecado original, herdado de Adão e Eva, que desobedeceram a Deus nos primórdios do gênero humano.
Assim fazendo, e recorrendo a Deus em suas orações — por meio de Nossa Senhora, nossa Mãe amorosíssima, como recomenda a Igreja —, pode estar certa de que seus pedidos serão ouvidos e encontrará um esposo que lhe seja fiel por toda a vida.
E se quiser dar um sentido ainda mais elevado à sua vida, una-se à ação de outros jovens que resistem à avalanche pagã e infernal do mundo moderno, para reconduzi-lo às vias benditas da Civilização Cristã, onde os princípios de Nosso Senhor Jesus Cristo não precisam ser “flexibilizados”; antes, pelo contrário, aí eles são seguidos com todo o rigor e com todo o amor.
Revista Catolicismo - Setembro/2008