sábado, 26 de julho de 2008

Carta que saiu hoje no correio

Carta que saiu hoje no Correio Brasiliense, pergunta, missionários para que?
Quais os objetivos se não o da salvação das almas e cumprir o mandato de Nosso Senhor, "ide e evangelizai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".
Fez-me lembrar algo que contou-nos um Bispo, alguns meses atrás, que em determinada reunião da CNBB em Itaici, discutindo-se sobre a provável canonização do Pe. José de Anchieta, toma a palavra um outro Bispo, linha TL, marxista portanto, e diz esta aberração, "querem canonizar Anchieta canonizem, mas não canonizem seus crimes"...

Cimi --> --> -->A matéria “A guerra pelas almas” (24/7, pág. 16) não reflete a realidade do trabalho do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Os termos belicosos do texto não são adequados à nossa atuação. O Cimi não faz “guerra” por almas, mas trabalha em defesa da vida e dos direitos dos povos indígenas. Os recursos humanos e estruturais não são “exército” para conversão. Os veículos de comunicação do Cimi, por exemplo, informam a sociedade nacional sobre os direitos e a realidade dos povos indígenas. A matéria diz que “há alguns anos” o Cimi inaugurou uma nova forma de atuar junto aos povos indígenas. Na verdade, desde sua fundação, em 1972, o Cimi trabalha de forma inculturada, buscando o diálogo inter-religioso e respeitando as culturas e as especificidades dos povos indígenas. Essa atuação e o próprio Cimi surgiram a partir das mudanças da Igreja Católica em relação aos povos indígenas, que começaram com o Concílio do Vaticano II (1962 — 1965) e com a Conferência de Medellín (1968).
Éden Magalhães, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) -->
Carta que saiu hoje no Correio Brasiliense, pergunta, missionários para que?
Quais os objetivos se não o da salvação das almas e cumprir o mandato de Nosso Senhor, "ide e evangelizai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".
Fez-me lembrar algo que contou-nos um Bispo, alguns meses atrás, que em determinada reunião da CNBB em Itaici, discutindo-se sobre a provável canonização do Pe. José de Anchieta, toma a palavra um outro Bispo, linha TL, marxista portanto, e diz esta aberração, "querem canonizar Anchieta canonizem, mas não canonizem seus crimes"...

Cimi --> --> -->A matéria “A guerra pelas almas” (24/7, pág. 16) não reflete a realidade do trabalho do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Os termos belicosos do texto não são adequados à nossa atuação. O Cimi não faz “guerra” por almas, mas trabalha em defesa da vida e dos direitos dos povos indígenas. Os recursos humanos e estruturais não são “exército” para conversão. Os veículos de comunicação do Cimi, por exemplo, informam a sociedade nacional sobre os direitos e a realidade dos povos indígenas. A matéria diz que “há alguns anos” o Cimi inaugurou uma nova forma de atuar junto aos povos indígenas. Na verdade, desde sua fundação, em 1972, o Cimi trabalha de forma inculturada, buscando o diálogo inter-religioso e respeitando as culturas e as especificidades dos povos indígenas. Essa atuação e o próprio Cimi surgiram a partir das mudanças da Igreja Católica em relação aos povos indígenas, que começaram com o Concílio do Vaticano II (1962 — 1965) e com a Conferência de Medellín (1968).
Éden Magalhães, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) -->

sábado, 12 de julho de 2008

Céu espiritual e Céu empireo.

Pergunta — V. Revma. poderia explicar a diferença — se existe — entre Céu espiritual e Céu empíreo?
Resposta — O tema do Céu é um dos mais oportunos em nossos dias, quando muitos dizem que o inferno é nesta Terra, mas na verdade querem que o céu deles seja exclusivamente neste mundo.
Na Ladainha de Todos os Santos, a Santa Igreja nos convida a rezar: “Para que eleveis nosso espírito ao desejo dos bens celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos”. Nada mais importante que este desejo dos bens celestes, pois significa o impulso interior de nos unirmos ao próprio Deus, desprendendo-nos dos bens da Terra, aos quais somos tão apegados. A pergunta do leitor nos incita a isso. Tratemos, portanto, do tema por ele levantado.
O Céu é um só, para o corpo e para a alma
Não há dois Céus, um empíreo e outro espiritual. O Céu é um só. Isto é verdade de fé.
O que ocorre é que o homem é composto de corpo e alma, de matéria e espírito. Quando os Padres da Igreja e os Doutores medievais trataram do Céu empíreo, apenas quiseram mostrar o que é óbvio, ou seja, que nosso corpo participou da luta que travamos aqui na Terra para sermos fiéis aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igreja. Não foi só nossa alma que lutou. O corpo também submeteu-se a uma ascese para coibir os maus impulsos decorrentes do pecado original, da ação diabólica e do mundo, como também se absteve de prazeres legítimos em penitência por nossos pecados e — mais alto ainda — para “completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo”, como dizia o Apóstolo São Paulo (cfr. Col. 1, 24). Segundo a teologia de São Paulo, os sofrimentos de nosso corpo, unidos à Paixão sacratíssima de Cristo, participam dos méritos infinitos desta.
É justo, portanto, que nosso corpo participe da glória celeste que inundará nossa alma. Daí a teologia tradicional designar com o nome de Céu empíreo o lugar preparado por Deus, em que nosso corpo será recompensado de todas as fadigas e sofrimentos nesta Terra. O que nada tem a ver com as heresias do chiliasmo ou milenarismo.
E como o corpo será recompensado? Não apenas pelos dons da imortalidade e da impassibilidade, pelos quais não conhecerá de novo a morte e ficará isento de toda dor e sofrimento. Ele será restaurado na perfeição de seus membros e no bom funcionamento de todos os seus órgãos. Ademais, será glorificado, isto é, dotado de esplendor e mobilidade como o Corpo glorioso de Cristo ressuscitado. Segundo se vê pela narração dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, Jesus Cristo aparecia de improviso no Cenáculo e em outros lugares onde estavam os Apóstolos, sem que estes percebessem como tinha entrado ou chegado. Mas comia com eles, para mostrar que não era um fantasma. E fez São Tomé tocar suas chagas, para certificar-se de que não era um ente imaterial. Era o Verbo Encarnado, ressuscitado e glorioso!
Assim, nosso corpo ressuscitado não deixará de ter uma natureza material, embora elevada e aperfeiçoada. E o lugar onde esse corpo se situará no Céu foi designado como Céu empíreo.
Ora, seria uma aberração pensar que o corpo estivesse num lugar, o Céu empíreo, e a alma num outro, o Céu espiritual. Pois o homem é composto de corpo e alma, e onde estiver seu corpo (ressuscitado) estará sua alma. Portanto, não há dois Céus, um para o corpo e outro para a alma. Como dissemos no início, o Céu é um só, para o corpo e para a alma.
Glorificação da alma e felicidade perfeita

Mas se o corpo será assim glorificado, muito mais glorificada será a alma. Ela será dotada da capacidade — que nesta Terra não temos — de ver a Deus face a face, tal qual Ele é, o que se designa com o nome de visão beatífica. Mais ainda, participaremos da própria vida divina, sem perdermos nossa identidade própria e sem nos confundirmos com Deus. É a vida da graça, oriunda da fé e do Batismo.
Será uma situação de felicidade perfeita, que colocará nossa alma num estado de gozo pleno, que se poderia designar de fato com o nome de Céu espiritual. A expressão é inteiramente legítima, desde que não seja entendida como um novo lugar, distinto do Céu empíreo como o definimos acima.
“Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram”
Como o leitor está percebendo, é uma situação tão alta, que nesta Terra não temos a menor capacidade de a compreender. É um mistério, ao qual aludia São Paulo quando disse: “Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem a mente do homem foi capaz de conceber o que Deus preparou para aqueles que O amam” (I Cor. 2, 9).
Assim, por mais que nos esforcemos em imaginar como é o Céu empíreo ou a bem-aventurança eterna das almas, ficaríamos incomensuravelmente abaixo do que Deus preparou para os homens que se salvam.
Não obstante, alguma coisa pode ser dita. Quando Deus criou o universo e nele colocou o homem, foi para que este, mesmo à luz da razão natural, através das coisas criadas se elevasse até Ele. Todas as coisas criadas têm em si um reflexo de Deus. E contemplando esse reflexo, o homem conhece um pouco como é Deus.
Não há quem, alguma vez na vida, contemplando um céu estrelado — fora das megalópoles modernas — não tenha ficado extasiado. Ou, contemplando um esquilo brincando com um fruto que colheu numa árvore, não tenha tido um sorriso de comprazimento. Esse comprazimento com uma maravilha criada por Deus, no fundo glorifica Deus; e glorifica tanto mais quanto mais amorosa e consciente for essa remissão ao Criador. Assim, pela escada das criaturas, o homem sobe até o Criador. E se prepara para as magnificências do Céu, indescritivelmente superiores ao que há de mais requintado sobre a Terra.
As obras do homem podem conduzir ao Criador

Por outro lado, quando Deus criou o homem, seu desígnio foi torná-lo um colaborador da própria obra da Criação. Por isso, deixou muitas coisas para o homem fazer. E foi assim que os homens construíram cidades, com casas, edifícios públicos, palácios, catedrais... E Deus quis que, ao construí-las, o homem pusesse nelas um reflexo do próprio Deus.
Sabemos bem que, infelizmente, os homens freqüentemente não fizeram isso, e até fizeram o contrário disso. Outras vezes, porém, nas épocas de fé, fizeram maravilhas que remetem a Deus.
Aqui está a razão desta digressão, que a algum leitor poderá ter dado a impressão de que se distanciava do tema. Não! Tanto a contemplação das obras criadas diretamente por Deus, como a contemplação das obras produzidas pelo homem de fé — sempre que conformes à ordem estabelecida por Deus — encaminham nosso espírito para compreender, muito limitadamente embora, como deve ser o Céu que Deus preparou para nós.
Não será certamente na contemplação das aberrações horrorosas da arquitetura moderna que nosso espírito se elevará ao Céu. Mas a contemplação de uma catedral — Notre Dame, Colônia, Duomo de Milão, e mil outras obras religiosas ou seculares que seria infindo listar –– nos encaminha até Deus.
O Céu empíreo será um requinte, muito além do imaginável por nós, de tudo aquilo que foi feito de bom e belo pelo homem, ou criado diretamente por Deus. Nele, as almas unidas aos respectivos corpos gozarão da visão beatífica, que constituirá para elas um autêntico Céu espiritual.

CATOLICISMO – JUNHO/2008

Céu espiritual e Céu empireo.

Pergunta — V. Revma. poderia explicar a diferença — se existe — entre Céu espiritual e Céu empíreo?
Resposta — O tema do Céu é um dos mais oportunos em nossos dias, quando muitos dizem que o inferno é nesta Terra, mas na verdade querem que o céu deles seja exclusivamente neste mundo.
Na Ladainha de Todos os Santos, a Santa Igreja nos convida a rezar: “Para que eleveis nosso espírito ao desejo dos bens celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos”. Nada mais importante que este desejo dos bens celestes, pois significa o impulso interior de nos unirmos ao próprio Deus, desprendendo-nos dos bens da Terra, aos quais somos tão apegados. A pergunta do leitor nos incita a isso. Tratemos, portanto, do tema por ele levantado.
O Céu é um só, para o corpo e para a alma
Não há dois Céus, um empíreo e outro espiritual. O Céu é um só. Isto é verdade de fé.
O que ocorre é que o homem é composto de corpo e alma, de matéria e espírito. Quando os Padres da Igreja e os Doutores medievais trataram do Céu empíreo, apenas quiseram mostrar o que é óbvio, ou seja, que nosso corpo participou da luta que travamos aqui na Terra para sermos fiéis aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igreja. Não foi só nossa alma que lutou. O corpo também submeteu-se a uma ascese para coibir os maus impulsos decorrentes do pecado original, da ação diabólica e do mundo, como também se absteve de prazeres legítimos em penitência por nossos pecados e — mais alto ainda — para “completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo”, como dizia o Apóstolo São Paulo (cfr. Col. 1, 24). Segundo a teologia de São Paulo, os sofrimentos de nosso corpo, unidos à Paixão sacratíssima de Cristo, participam dos méritos infinitos desta.
É justo, portanto, que nosso corpo participe da glória celeste que inundará nossa alma. Daí a teologia tradicional designar com o nome de Céu empíreo o lugar preparado por Deus, em que nosso corpo será recompensado de todas as fadigas e sofrimentos nesta Terra. O que nada tem a ver com as heresias do chiliasmo ou milenarismo.
E como o corpo será recompensado? Não apenas pelos dons da imortalidade e da impassibilidade, pelos quais não conhecerá de novo a morte e ficará isento de toda dor e sofrimento. Ele será restaurado na perfeição de seus membros e no bom funcionamento de todos os seus órgãos. Ademais, será glorificado, isto é, dotado de esplendor e mobilidade como o Corpo glorioso de Cristo ressuscitado. Segundo se vê pela narração dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, Jesus Cristo aparecia de improviso no Cenáculo e em outros lugares onde estavam os Apóstolos, sem que estes percebessem como tinha entrado ou chegado. Mas comia com eles, para mostrar que não era um fantasma. E fez São Tomé tocar suas chagas, para certificar-se de que não era um ente imaterial. Era o Verbo Encarnado, ressuscitado e glorioso!
Assim, nosso corpo ressuscitado não deixará de ter uma natureza material, embora elevada e aperfeiçoada. E o lugar onde esse corpo se situará no Céu foi designado como Céu empíreo.
Ora, seria uma aberração pensar que o corpo estivesse num lugar, o Céu empíreo, e a alma num outro, o Céu espiritual. Pois o homem é composto de corpo e alma, e onde estiver seu corpo (ressuscitado) estará sua alma. Portanto, não há dois Céus, um para o corpo e outro para a alma. Como dissemos no início, o Céu é um só, para o corpo e para a alma.
Glorificação da alma e felicidade perfeita

Mas se o corpo será assim glorificado, muito mais glorificada será a alma. Ela será dotada da capacidade — que nesta Terra não temos — de ver a Deus face a face, tal qual Ele é, o que se designa com o nome de visão beatífica. Mais ainda, participaremos da própria vida divina, sem perdermos nossa identidade própria e sem nos confundirmos com Deus. É a vida da graça, oriunda da fé e do Batismo.
Será uma situação de felicidade perfeita, que colocará nossa alma num estado de gozo pleno, que se poderia designar de fato com o nome de Céu espiritual. A expressão é inteiramente legítima, desde que não seja entendida como um novo lugar, distinto do Céu empíreo como o definimos acima.
“Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram”
Como o leitor está percebendo, é uma situação tão alta, que nesta Terra não temos a menor capacidade de a compreender. É um mistério, ao qual aludia São Paulo quando disse: “Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem a mente do homem foi capaz de conceber o que Deus preparou para aqueles que O amam” (I Cor. 2, 9).
Assim, por mais que nos esforcemos em imaginar como é o Céu empíreo ou a bem-aventurança eterna das almas, ficaríamos incomensuravelmente abaixo do que Deus preparou para os homens que se salvam.
Não obstante, alguma coisa pode ser dita. Quando Deus criou o universo e nele colocou o homem, foi para que este, mesmo à luz da razão natural, através das coisas criadas se elevasse até Ele. Todas as coisas criadas têm em si um reflexo de Deus. E contemplando esse reflexo, o homem conhece um pouco como é Deus.
Não há quem, alguma vez na vida, contemplando um céu estrelado — fora das megalópoles modernas — não tenha ficado extasiado. Ou, contemplando um esquilo brincando com um fruto que colheu numa árvore, não tenha tido um sorriso de comprazimento. Esse comprazimento com uma maravilha criada por Deus, no fundo glorifica Deus; e glorifica tanto mais quanto mais amorosa e consciente for essa remissão ao Criador. Assim, pela escada das criaturas, o homem sobe até o Criador. E se prepara para as magnificências do Céu, indescritivelmente superiores ao que há de mais requintado sobre a Terra.
As obras do homem podem conduzir ao Criador


Por outro lado, quando Deus criou o homem, seu desígnio foi torná-lo um colaborador da própria obra da Criação. Por isso, deixou muitas coisas para o homem fazer. E foi assim que os homens construíram cidades, com casas, edifícios públicos, palácios, catedrais... E Deus quis que, ao construí-las, o homem pusesse nelas um reflexo do próprio Deus.
Sabemos bem que, infelizmente, os homens freqüentemente não fizeram isso, e até fizeram o contrário disso. Outras vezes, porém, nas épocas de fé, fizeram maravilhas que remetem a Deus.
Aqui está a razão desta digressão, que a algum leitor poderá ter dado a impressão de que se distanciava do tema. Não! Tanto a contemplação das obras criadas diretamente por Deus, como a contemplação das obras produzidas pelo homem de fé — sempre que conformes à ordem estabelecida por Deus — encaminham nosso espírito para compreender, muito limitadamente embora, como deve ser o Céu que Deus preparou para nós.
Não será certamente na contemplação das aberrações horrorosas da arquitetura moderna que nosso espírito se elevará ao Céu. Mas a contemplação de uma catedral — Notre Dame, Colônia, Duomo de Milão, e mil outras obras religiosas ou seculares que seria infindo listar –– nos encaminha até Deus.
O Céu empíreo será um requinte, muito além do imaginável por nós, de tudo aquilo que foi feito de bom e belo pelo homem, ou criado diretamente por Deus. Nele, as almas unidas aos respectivos corpos gozarão da visão beatífica, que constituirá para elas um autêntico Céu espiritual.

CATOLICISMO – JUNHO/2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Palavra do Sacerdote - O Inferno existe?...... Achei o artigo bem fundamentado, dai a publicaçao.

Pergunta — Ouvi alguns católicos dizerem que o inferno existe, sim, mas está vazio. E que Deus o teria criado apenas para assustar os homens, a fim de que andassem no caminho certo. Porém, não iria ser tão cruel de mandar alguém para lá. E assim, no fim da vida, mesmo aos piores homens, daria a graça do arrependimento final. Que achar dessa teoria?
Resposta — Há muito tempo correm teorias que, de uma forma ou outra, tentam “esvaziar” o inferno. No início do século XX, alguns sustentavam a tese, condenada pela Igreja, de que o inferno existia, estava cheio de gente, mas, decorrido certo tempo, Deus teria pena dos condenados e os tiraria de lá. Depois começou a tomar corpo essa teoria do “inferno vazio”, que coincidiu com as perturbações pós-conciliares. Isso acarretou a zombaria dos inimigos da Igreja, de que esta havia mudado sua fé no inferno, que antes apresentava como “cheio”, e agora estava “vazio”.
Tratou dessa temática o Pe. Giandomenico Mucci SJ, em artigo da revista La Civiltà Cattolica (nº 3788, de 19 de abril de 2008), intitulado precisamente L’inferno vuoto (O inferno vazio), do qual extraímos alguns dados para responder à pergunta que nos foi apresentada. Antes de fazê-lo, porém, desfaçamos alguns equívocos preliminares.
Um inferno só para assustar?
A alegação de que Deus criou o inferno só para assustar não resiste à menor análise. É gravemente ofensiva a Deus, por torná-lo réu de blasfema deslealdade. A experiência da vida mais corriqueira mostra que uma penalidade estabelecida “apenas para atemorizar”, da qual se sabe que não será aplicada, não tem a menor efetividade. Um pai, um diretor de colégio, uma autoridade pública que recorressem a esse expediente ficariam logo desmoralizados. Não é possível sequer imaginar que Deus procedesse desse modo com os homens.
De onde é forçoso concluir que as penas do inferno serão efetivamente aplicadas.
No Evangelho: a cena do Juízo Final

Como o será, está descrito, com aquela beleza insuperável dos autores sagrados, no Evangelho de São Mateus, na cena do Juízo Final:
“Quando, pois, vier o Filho do homem na sua majestade, e todos os anjos com Ele, então se sentará sobre o trono da sua majestade; e serão todas as gentes congregadas diante d´Ele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda.
“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. [...].
“Então dirá também aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demônio e para os seus anjos; porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me recolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e no cárcere e não me visitastes.
“Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando é que te vimos faminto ou sequioso, ou peregrino, ou nu, ou enfermo, ou no cárcere, e não te assistimos?
“Então lhes responderá, dizendo: Na verdade vos digo: todas as vezes que não o fizestes a um destes pequeninos, a mim não o fizestes.
“E estes irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna” (25, 31-46).
Diante dessa descrição, que voltas foi preciso dar na sua interpretação para concluir que “o inferno está vazio”? Tenha-se apenas presente que o Juízo Final se dará após a ressurreição dos corpos, no fim do mundo, mas cada homem já terá passado por um Juízo Particular, logo após a sua morte, e o seu destino individual terá sido desde então traçado: as almas dos destinados ao Céu passarão antes pelo Purgatório — a menos de já estarem inteiramente puras de qualquer mancha — para se purificarem das culpas que não tenham purgado durante a vida; e as almas dos réprobos (condenados) serão precipitadas imediatamente no inferno, onde aguardarão a ressurreição de seus corpos para se unirem a eles, e assim se apresentarem diante do Supremo Juiz a fim de receberem a sentença confirmativa e serem lançados de corpo e alma no inferno.
A tese de Hans Urs von Balthasar
O Pe. Giandomenico Mucci lembra que a expressão inferno vuoto (inferno vazio) foi atribuída ao teólogo suíço von Balthasar, no início da década de 80 do século passado.
Von Balthasar parte da idéia de que “esperar a salvação eterna de todos os homens não é contrário à Fé”, buscando respaldar-se na autoridade de alguns Padres da Igreja, entre os quais Orígenes e São Gregório Nisseno, “condividida por não poucos teólogos contemporâneos, entre os quais Guardini e Daniélou, de Lubac, Ratzinger e Kasper, bem como escritores católicos como Claudel, Marcel e Bloy” (G. Mucci, art. cit.).
A enunciação dessa tese suscitou ásperas críticas, sobretudo na área teológica germânica, obrigando Von Balthasar a defender-se: “Minhas palavras foram repetidamente deturpadas no sentido de que, quem espera a salvação para todos os seus irmãos e irmãs ‘espera o inferno vazio’ [...]. Ou no sentido de que quem manifesta tal esperança ensina a ‘redenção de todos’ (apokatastasis), condenada pela Igreja, coisa que expressamente rejeitei”. E depois de observar que ter a esperança da salvação de todos e saber que isso de fato ocorrerá são coisas distintas, conclui lamentando que suas palavras tenham sofrido uma “muito grosseira deformação nos jornais” (apud G. Mucci, art. cit.).
Procurando defender Von Balthasar, o Pe. Mucci observa que “os escritores laicos e os jornalistas não estão habituados a essas distinções, que talvez julguem como ridículas cavilações eclesiásticas”. Na verdade, como historiou o próprio Pe. Mucci, a tese de Von Balthasar provocou também fortes estranhezas nos ambientes teológicos...
A rejeição de Deus e a condenação
Aprofundando a questão, o Pe. Mucci continua: “Para compreender de algum modo o inferno, seria preciso penetrar o sentido e a gravidade do pecado mortal. O pecado é um mistério, como o é a sua punição. É o mistério da criatura que rejeita a fonte e o fim do seu ser. A agonia espiritual do inferno é o final horrível das tendências pecaminosas maturadas pela alma ao longo da vida terrena, voluntariamente desenvolvidas, e que não desfecharam numa sincera conversão. Isto significa que o pecador se preferiu egoisticamente a Deus, e Deus ratificou a livre vontade do condenado. Sob certo aspecto, o inferno é o pecador que teve êxito, o pecador que conseguiu fazer perfeitamente o que quis, e começou a fazer nesta terra. Por isso, o inferno é obra do homem, cuja vontade Deus respeita. O homem obtém no inferno o que queria obter” (art. cit.).
Deus sem dúvida “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”, como diz São Paulo (I Tim 2,4), mas desde que alguns fizeram livremente e loucamente sua opção pelo inferno, Deus em sua infinita e perfeitíssima justiça a respeita. Tendo o homem rejeitado a Deus, ele por sua vez sofre a rejeição de Deus, que o precipita nas profundezas do abismo, da “geena” (Mt 5, 22), “fornalha de fogo” onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt 5, 42).
A palavra de um teólogo especial
Em abono do que acabou de explicar, o Pe. Mucci cita “um teólogo especial”, isto é, o então cardeal Joseph Ratzinger, que, no livro Escatologia, Morte e vida eterna (1977), afirma que Deus “não trata os homens como menores de idade, os quais, no fundo, não possam ser considerados responsáveis do próprio destino”, mas “deixa até mesmo ao perdido o direito de querer a própria perdição” (op. cit., p. 225 da ed. italiana).
Comenta o Pe. Mucci: “Trinta anos depois, o autor destas páginas, que se tornou Bento XVI, retomou o grave problema com aflita sensibilidade pastoral na encíclica Spe Salvi. Sensibilidade pastoral e desencantado realismo”. E cita o nº 45 da encíclica:
“Pode haver pessoas [mas no latim está: sunt quidam (isto é, há alguns)] que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste gênero. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável [mas no latim está: nihil sanabile invenias (isto é, nada de remediável encontres)] e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra inferno”. Os colchetes são do Pe. Mucci; as explicações entre parênteses são nossas.
Segundo o Pontífice, portanto, há pessoas — sunt quidam — que se condenam. E, portanto, o inferno não está vazio...
Não obstante, o Pe. Mucci quer de todos os modos salvar a tese de Von Balthasar, e apela para o que S.S. Bento XVI diz logo em seguida (nº 46), ao observar que o fechamento absoluto a Deus não é “o caso normal da existência humana. Na maioria dos homens — como podemos supor — perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus”.
O fato de que, na maioria dos homens, perdure por toda a vida a abertura interior para Deus não permite concluir, como faz o Pe. Mucci, que podemos alimentar a esperança de que “todos possam um dia aceder” à bem-aventurança eterna. Fiquemos no “desencantado realismo” que ele mesmo notou em Bento XVI.

Revista Catolicismo - Julho/2008

Palavra do Sacerdote - O Inferno existe?...... Achei o artigo bem fundamentado, dai a publicaçao.

Pergunta — Ouvi alguns católicos dizerem que o inferno existe, sim, mas está vazio. E que Deus o teria criado apenas para assustar os homens, a fim de que andassem no caminho certo. Porém, não iria ser tão cruel de mandar alguém para lá. E assim, no fim da vida, mesmo aos piores homens, daria a graça do arrependimento final. Que achar dessa teoria?
Resposta — Há muito tempo correm teorias que, de uma forma ou outra, tentam “esvaziar” o inferno. No início do século XX, alguns sustentavam a tese, condenada pela Igreja, de que o inferno existia, estava cheio de gente, mas, decorrido certo tempo, Deus teria pena dos condenados e os tiraria de lá. Depois começou a tomar corpo essa teoria do “inferno vazio”, que coincidiu com as perturbações pós-conciliares. Isso acarretou a zombaria dos inimigos da Igreja, de que esta havia mudado sua fé no inferno, que antes apresentava como “cheio”, e agora estava “vazio”.
Tratou dessa temática o Pe. Giandomenico Mucci SJ, em artigo da revista La Civiltà Cattolica (nº 3788, de 19 de abril de 2008), intitulado precisamente L’inferno vuoto (O inferno vazio), do qual extraímos alguns dados para responder à pergunta que nos foi apresentada. Antes de fazê-lo, porém, desfaçamos alguns equívocos preliminares.
Um inferno só para assustar?
A alegação de que Deus criou o inferno só para assustar não resiste à menor análise. É gravemente ofensiva a Deus, por torná-lo réu de blasfema deslealdade. A experiência da vida mais corriqueira mostra que uma penalidade estabelecida “apenas para atemorizar”, da qual se sabe que não será aplicada, não tem a menor efetividade. Um pai, um diretor de colégio, uma autoridade pública que recorressem a esse expediente ficariam logo desmoralizados. Não é possível sequer imaginar que Deus procedesse desse modo com os homens.
De onde é forçoso concluir que as penas do inferno serão efetivamente aplicadas.
No Evangelho: a cena do Juízo Final


Como o será, está descrito, com aquela beleza insuperável dos autores sagrados, no Evangelho de São Mateus, na cena do Juízo Final:
“Quando, pois, vier o Filho do homem na sua majestade, e todos os anjos com Ele, então se sentará sobre o trono da sua majestade; e serão todas as gentes congregadas diante d´Ele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda.
“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. [...].
“Então dirá também aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demônio e para os seus anjos; porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me recolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e no cárcere e não me visitastes.
“Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando é que te vimos faminto ou sequioso, ou peregrino, ou nu, ou enfermo, ou no cárcere, e não te assistimos?
“Então lhes responderá, dizendo: Na verdade vos digo: todas as vezes que não o fizestes a um destes pequeninos, a mim não o fizestes.
“E estes irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna” (25, 31-46).
Diante dessa descrição, que voltas foi preciso dar na sua interpretação para concluir que “o inferno está vazio”? Tenha-se apenas presente que o Juízo Final se dará após a ressurreição dos corpos, no fim do mundo, mas cada homem já terá passado por um Juízo Particular, logo após a sua morte, e o seu destino individual terá sido desde então traçado: as almas dos destinados ao Céu passarão antes pelo Purgatório — a menos de já estarem inteiramente puras de qualquer mancha — para se purificarem das culpas que não tenham purgado durante a vida; e as almas dos réprobos (condenados) serão precipitadas imediatamente no inferno, onde aguardarão a ressurreição de seus corpos para se unirem a eles, e assim se apresentarem diante do Supremo Juiz a fim de receberem a sentença confirmativa e serem lançados de corpo e alma no inferno.
A tese de Hans Urs von Balthasar
O Pe. Giandomenico Mucci lembra que a expressão inferno vuoto (inferno vazio) foi atribuída ao teólogo suíço von Balthasar, no início da década de 80 do século passado.
Von Balthasar parte da idéia de que “esperar a salvação eterna de todos os homens não é contrário à Fé”, buscando respaldar-se na autoridade de alguns Padres da Igreja, entre os quais Orígenes e São Gregório Nisseno, “condividida por não poucos teólogos contemporâneos, entre os quais Guardini e Daniélou, de Lubac, Ratzinger e Kasper, bem como escritores católicos como Claudel, Marcel e Bloy” (G. Mucci, art. cit.).
A enunciação dessa tese suscitou ásperas críticas, sobretudo na área teológica germânica, obrigando Von Balthasar a defender-se: “Minhas palavras foram repetidamente deturpadas no sentido de que, quem espera a salvação para todos os seus irmãos e irmãs ‘espera o inferno vazio’ [...]. Ou no sentido de que quem manifesta tal esperança ensina a ‘redenção de todos’ (apokatastasis), condenada pela Igreja, coisa que expressamente rejeitei”. E depois de observar que ter a esperança da salvação de todos e saber que isso de fato ocorrerá são coisas distintas, conclui lamentando que suas palavras tenham sofrido uma “muito grosseira deformação nos jornais” (apud G. Mucci, art. cit.).
Procurando defender Von Balthasar, o Pe. Mucci observa que “os escritores laicos e os jornalistas não estão habituados a essas distinções, que talvez julguem como ridículas cavilações eclesiásticas”. Na verdade, como historiou o próprio Pe. Mucci, a tese de Von Balthasar provocou também fortes estranhezas nos ambientes teológicos...
A rejeição de Deus e a condenação
Aprofundando a questão, o Pe. Mucci continua: “Para compreender de algum modo o inferno, seria preciso penetrar o sentido e a gravidade do pecado mortal. O pecado é um mistério, como o é a sua punição. É o mistério da criatura que rejeita a fonte e o fim do seu ser. A agonia espiritual do inferno é o final horrível das tendências pecaminosas maturadas pela alma ao longo da vida terrena, voluntariamente desenvolvidas, e que não desfecharam numa sincera conversão. Isto significa que o pecador se preferiu egoisticamente a Deus, e Deus ratificou a livre vontade do condenado. Sob certo aspecto, o inferno é o pecador que teve êxito, o pecador que conseguiu fazer perfeitamente o que quis, e começou a fazer nesta terra. Por isso, o inferno é obra do homem, cuja vontade Deus respeita. O homem obtém no inferno o que queria obter” (art. cit.).
Deus sem dúvida “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”, como diz São Paulo (I Tim 2,4), mas desde que alguns fizeram livremente e loucamente sua opção pelo inferno, Deus em sua infinita e perfeitíssima justiça a respeita. Tendo o homem rejeitado a Deus, ele por sua vez sofre a rejeição de Deus, que o precipita nas profundezas do abismo, da “geena” (Mt 5, 22), “fornalha de fogo” onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt 5, 42).
A palavra de um teólogo especial
Em abono do que acabou de explicar, o Pe. Mucci cita “um teólogo especial”, isto é, o então cardeal Joseph Ratzinger, que, no livro Escatologia, Morte e vida eterna (1977), afirma que Deus “não trata os homens como menores de idade, os quais, no fundo, não possam ser considerados responsáveis do próprio destino”, mas “deixa até mesmo ao perdido o direito de querer a própria perdição” (op. cit., p. 225 da ed. italiana).
Comenta o Pe. Mucci: “Trinta anos depois, o autor destas páginas, que se tornou Bento XVI, retomou o grave problema com aflita sensibilidade pastoral na encíclica Spe Salvi. Sensibilidade pastoral e desencantado realismo”. E cita o nº 45 da encíclica:
“Pode haver pessoas [mas no latim está: sunt quidam (isto é, há alguns)] que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste gênero. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável [mas no latim está: nihil sanabile invenias (isto é, nada de remediável encontres)] e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra inferno”. Os colchetes são do Pe. Mucci; as explicações entre parênteses são nossas.
Segundo o Pontífice, portanto, há pessoas — sunt quidam — que se condenam. E, portanto, o inferno não está vazio...
Não obstante, o Pe. Mucci quer de todos os modos salvar a tese de Von Balthasar, e apela para o que S.S. Bento XVI diz logo em seguida (nº 46), ao observar que o fechamento absoluto a Deus não é “o caso normal da existência humana. Na maioria dos homens — como podemos supor — perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus”.
O fato de que, na maioria dos homens, perdure por toda a vida a abertura interior para Deus não permite concluir, como faz o Pe. Mucci, que podemos alimentar a esperança de que “todos possam um dia aceder” à bem-aventurança eterna. Fiquemos no “desencantado realismo” que ele mesmo notou em Bento XVI.

Revista Catolicismo - Julho/2008